segunda-feira, 26 de maio de 2008

Nilson em entrevista ao MaisFutebol


MAISFUTEBOL: Com o sucesso a acumular-se, o que representa ter sido o guarda-redes mais pontuado do campeonato?
NJ: Fiquei muito feliz quando soube e vi no site Maisfutebol. Não só era o melhor guarda-redes da Liga, o mais pontuado, mas também estava no lote dos jogadores que tiveram as melhores médias ao longo do campeonato. A minha média foi a terceira no fim da Liga e dá um gozo muito grande, porque tudo o que fizemos foi bem feito e reconhecido. Para mim, tem uma importância e valor muito grande. Lutei, trabalhei e dediquei-me ao máximo. Dei sempre tudo em cada treino. É muito gostoso no final do campeonato ver o nosso nome entre os melhores e, sinceramente, fiquei muito feliz.

MF: A entrega é a chave do êxito individual?

NJ: A minha determinação e entrega ao trabalho reflectem-se no jogo. Entrego-me ao máximo nos treinos para estar em cada jogo com a cabeça tranquila. Se falhar é porque sou um ser humano e não por ser negligente ou não treinar como devia. Tenho um grande prazer e alegria em jogar futebol, defender a baliza do V. Guimarães. Encaro com muita seriedade cada treino e cada jogo na minha carreira.

MF: Foi a sua melhor época?
NJ: Se não é a melhor, é das melhores. Por tudo o que aconteceu e a equipa conseguiu foi, decididamente, a melhor época na Europa, três anos depois de aqui ter chegado.

MF: No quadro do jogo, que guarda-redes serviram de referência?
NJ: O Taffarel e o Dida. Na Europa, o guarda-redes que mais me marcou foi o Michel Preud¿homme. Vi-o jogar no Benfica e foi o melhor do Mundo na Copa de 94. Foi uma grande referência, um grande guarda-redes.

MF: Quais são as três características que considera imprescindíveis a um guarda-redes de top?
NJ: Segurança, boa técnica e o posicionamento na baliza. Hoje, em dia, é essencial. O guarda-redes tem de ter colocação, ser seguro, mostrar agilidade e passar para a equipa uma imagem de tranquilidade, sem desespero. Com a evolução do futebol é importante a serenidade e saber jogar com os pés.

MF: E as maiores dificuldades de um guarda-redes do futebol moderno?

NJ: A própria evolução dos jogadores e a forma como batem as bolas, aqueles remates que tornam a bola rápida. Mudaram-se algumas regras, mas nada de especial entre passado e presente. É tudo futebol.


MAISFUTEBOL: A regularidade tornou realidade o 3º lugar no campeonato?
NJ: Espectacular. Superámos todas as expectativas e conquistámos espaço a nível nacional, tanto diante do Benfica, como do Sporting. Só não conseguimos andar perto de uma equipa que pareceu de outro campeonato e muito à frente das outras. Mas a luta interessante com o Sporting e Benfica só veio fortalecer ainda mais o V. Guimarães, um clube novamente emergente e uma grande força do futebol nacional. Conseguimos uma regularidade muito boa, independente dos erros adversários. Quando se falou de um futebol bem jogado, era obrigatório falar do V. Guimarães, um grande clube, uma grande equipa e uma massa associativa que dispensa comentários.

MF: Sentem-se à vontade para surpreender a Europa?
NJ: A última época foi um excelente teste. Apuramo-nos para a pré-eliminatória da Champions e foi muito bom conviver com uma nova pressão e peso. Os lugares cimeiros elevam os níveis de concentração, amadurece-nos, dá experiência e até tranquilidade para lidar com as situações de sucesso, porque é mais fácil lidar com o insucesso do que com o sucesso. Pela postura, o V. Guimarães mostrou que está preparado. O adversário da Champions terá um V. Guimarães a jogar com a mesma personalidade e a mesma alegria de sempre. Temos de ter poder para alcançar o futuro. Vamos estar mais fortes e com mais experiência nesse jogo difícil da 3ª pré-eliminatória.

MF: Perspectiva um regresso afortunado às competições europeias?
NJ: Trazem uma grande visibilidade no estrangeiro e entrar na roda da Champions será fantástico, mas pelo menos estaremos na UEFA. É importante andar neste ciclo de competições das grandes potências do futebol europeu e mundial e podermos estar no lote dos melhores jogadores da Europa. Será um motivo de grande orgulho marcar a história do V. Guimarães.

MF: Ponto alto na carreira?
NJ: Um prémio para os jogadores, a equipa técnica, a direcção e os adeptos.

MF: Sendo a presença na Champions a ambição natural, a Taça UEFA também será um ponto de partida para grandes voos?
NJ: A Champions e/ou a UEFA leva-nos a grandes voos. O V. Guimarães será mais forte, mais poderoso e um pouco mais rico para melhorar a estrutura e possuir maior estabilidade financeira. Sigamos o grande exemplo da França: há sete anos quem era o Lyon? Mais uma equipa. Hoje, é o heptacampeão e anda há sete anos consecutivos na Champions. Ficou mais rico, mais forte e tornou-se no melhor clube francês, colocando o PSG e o Mónaco para trás. É interessante e pode levar o V. Guimarães a sonhar um dia ser o Lyon em Portugal e conquistar os grandes títulos. O V. Guimarães tem grande dimensão para ser forte em Portugal e na Europa.

MF: Alguns jogadores mostraram preferência por defrontar Barcelona, Milão, Arsenal. Qual é a sua opção?
NJ: O importante é uma boa preparação na pré-época. Quero uma equipa mais acessível para que possamos ter maiores hipóteses de entrar na fase de grupos. O nosso objectivo não é só com um grande «tubarão», o nosso objectivo maior é entrar na Champions. Depois sabemos que vamos enfrentá-los no capítulo a seguir (risos).

MF: O facto de o F.C. Porto poder ser sancionado pela UEFA merece enfoque ou é comentado no seio do plantel?
NJ: Não! Na verdade, não sabemos o que se passa, mas o FC Porto merece estar na Champions, é a equipa mais estruturada e merece estar entre as melhores equipas do Mundo. Queremos alcançar a Champions pelo nosso mérito e nunca pelo insucesso dos outros. Não queremos usufruir de uma penalização do FC Porto.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Entrevista ao Nilson - DESPORTIVO de Guimarães


«Vamos escrever uma história bonita»


O terceiro lugar final na Liga Bwin será sensacional. A afirmação pertence a Nilson, que está convencido que o Vitória se encontra a 90 minutos de conseguir, no mínimo, uma presença histórica na pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Numa entrevista publicada hoje pelo DESPORTIVO de Guimarães, o guarda-redes defende a ideia de que o terceiro lugar será muito bom para o Vitória...

Podem ouvir a entrevista aqui em baixo :







in guimaraesdigital

terça-feira, 20 de novembro de 2007

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

entrevista da timbunet a NILSON

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O GOLEIRO NILSON O eterno ídolo alvirrubro, chamado de PAREDÃO pela torcida timbu, NILSON conta com exclusividade para a Equipe TimbuNET, como anda sua passagem pelo futebol português.

TimbuNET: Como está sendo a adaptação em Portugal? Quais as maiores mudanças que correram desde que chegou em terras lusitanas?

NILSON - Bem, as mudanças foram muitas. Começando pelo modo de trabalho dentro do futebol portugues. Aqui os treinos seguem uma linha diferente, o goleiro é muito acionado para jogar com os pés a todo momento num jogo, a dinâmica da partida gira em torno de jogadas aéreas, em fim são algumas diferenças. Mas, graças a Deus, consegui adaptar-me bem e estou mostrando o meu trabalho aqui, em Portugal. No que diz respeto ao clima, o frio realmente é muito grande, principalmente para quem morava no Nordeste. Mas eu sou uma pessoa muito determinada e dou o meu melhor em todos os clubes que passo. Por isso, nunca deixei que as circunstâncias me afastassem do meu objetivo principal, que me trouxe aqui, que é jogar futebol.
TimbuNET: O que você mais sente falta do Brasil?

NILSON - O Brasil é maravilhoso. Quando estamos longe damos mais valor, não que aqui não seja bom, mas a nossa terra é a nossa terra. Sinto falta da família, dos amigos, da minha igreja que é o Ministério Fonte da vida e de Recife, esse lugar maravilhoso que eu amo muito.

TimbuNET: Quais as principais diferenças dentro e fora do campo para você, comparando ao futebol brasileiro?

NILSON - Bem , como ja falei acima, existem diferenças dentro do campo com relação a forma de jogo e de treino. O futebol daqui é mais força, no Brasil é mais técnico e um pouco mais lento. Fora de campo, podemos ressaltar a organização e o profissionalismo daqui. Infelizmente o Brasil ainda não está assim. Tem melhorado, mas ainda existe essa diferença

TimbuNET: Quais são seus principais desafios na atualidade?

NILSON - Olha, quando cheguei aqui o meu desafio era mostrar para Portugal o meu trabalho , assim como tive oportunidade de mostrar nos clubes que passei no Brasil. Graças a Deus, tenho tido um bom desempenho e quero conquistar títulos aqui. A torcida do Vitória de Guimarães é muito presente e merece conquistas. E estou trabalhando para isso.

TimbuNET: Quais as suas expectativas futuras, existe possibilidade de voltar a jogar no Brasil?

NILSON - Bem, tenho contrato com o Vitória até 2009. E estou muito satisfeito aqui. Mas , claro que tenho saudades do Brasil e pretendo voltar um dia. Tenho um carinho muito grande pelo Náutico e sei que vou vestir essa camisa novamente.

TimbuNET: Vendo de longe, o que Você acha que tem de mudar no futebol brasileiro?

NILSON - Olha o Brasil tem uma qualidade no futebol indiscutível no mundo inteiro. Mas, as vezes, a falta de planejamento atrapalha um pouco o futebol brasileiro, tira um pouco o brilho desse espetáculo que é tão bonito. Precisamos melhorar e fazer tudo com mais seriedade para prestigiar essa nação apaixonada por esse esporte.

TimbuNET: Você tem acompanhado o futebol pernambucano? Como Você vê o desempenho dos clubes intermediários, um mal necessário?

NILSON - Eu acompanho sempre. Sei que o desempenho dos clubes intermediários tem sido bom. Os grandes tem que se cuidar. A disputa é acirrada e nós vemos que os intermediários , que tem planejamento e preparação, mostram serviço. Já os grandes começam o campeonato com uma semana de treino e acabam sofrendo as consêquencias. Esse é apenas um fator, mas essa discussão tem muitos detalhes.

TimbuNET: Você tem acompanhado as atuações de Rodolpho? O que acha dele?

NILSON - Sempre disse que Rodolpho é um grande goleiro. Tem técnica e tem humildade para aprender e melhorar cada vez mais. Tenho um carinho muito grande por ele e torço pelo seu sucesso. E sei que, com Rodolpho jogando, a baliza alvirrubra está segura.

TimbuNET: Quais são as lembranças que Você carregou consigo da torcida alvirrubra?

NILSON - Me identifiquei muito com o Náultico e todo mundo sabe disso. Foi um clube muito especial na minha vida. Fui bem recebido, tive boa atuação, conquistei título e sempre fui tratado com muito carinho pelos torcedores. Essa torcisa sempre esteve do meu lado, sempre presente e me apoiando. Só tenho que agradecer, e mesmo longe, torço para o sucesso do Naútico e pela alegria dos torcedores.

TimbuNET: Qual o recado que Você tem pra mandar para a nação alvirrubra?

NILSON - Espero que vocês continuem sendo apaixonados, fiéis, otimistas e presentes. Apoiando sempre os seus jogadores em todos os momentos. O jogador que carrega essa camida tem que ter comprometimento e vontade, porque o Naútico e a nação alvirrubra merecem. Que Deus abençõe todos vocês!!!
Um grande abraço, Nilson Corrêa

Equipe TimbuNET

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

entrevista do site oficial do Vitória Sport Clube

Nilson chegou a Guimarães há sensivelmente um ano mas rápido se apercebeu daquilo que é o Vitória. Do alto dos seus 30 anos respondeu a tudo com grande sentido de responsabilidade. Garante que tudo irá fazer para voltar a colocar o Clube no seu devido lugar e admite o desejo de terminar em Guimaraes a vida profissional. Aqui ficam as palavras de um guarda-redes que pretende deixar a sua marca no Vitória Sport Clube.


SITE – Recuando um pouco no tempo, lembro que chegaste a Guimarães com grandes ilusões e aconteceu algo completamente contrário às tuas expectativas. Há explicação para isso?

NILSON – Para mim foi muito frustrante o que aconteceu. Quando decidi vir jogar para o Vitória nunca me passou pela cabeça descer de divisão. Só pensava em lutar para nos classificarmos do quinto lugar para cima, para podermos disputar novamente as competições europeias. Mas o futebol tem destas coisas e é por isso que é um desporto tão apaixonante. No futebol nunca sabemos se vai ganhar este ou aquele. Nem sempre vence o melhor e é tudo muito imprevisível.

S – Os vitorianos não esquecem a emoção que transbordaste quando o cordão humano e as 3000 pessoas no treino. O que te passou pela cabeça nesses momentos?

N – Falo por mim, isso será algo inesquecível. Como já tinha dito em ocasiões anteriores, já joguei em clubes de cidades enormes, clubes de grande tradição onde cheguei a ser campeão. Mas nunca vivi nada igual ao que aconteceu aqui em Guimarães. Por mais que uma pessoa seja fria e desinteressada, esses momentos deixam marcas para toda a vida. Os sócios do Vitória podem ter a certeza que essas imagens nunca mais vão sair da minha cabeça. Vou fazer questão de contar isso para os meus filhos no futuro, eles vão ficar a saber que o pai jogou num sítio onde as pessoas amavam o clube mais do que ninguém.

S – Como reagem as pessoas quando chegas ao Brasil e descreves todas essas situações emocionantes? Não têm noção do que é o Vitória?

N – Nas férias, fui a vários programas de TV, dei entrevistas a rádios e as pessoas ficavam encantadas e boquiabertas com o que ouviam. Falei não só do cordão humano e do treino, mas também das 6000 pessoas em Leiria e das 7000 em Setúbal. Expliquei que essas são duas cidades bem distantes de Guimarães. Os brasileiros ficaram a saber que quando o Vitória joga no Norte do país, exceptuando o Futebol Clube do Porto, é como se estivesse a jogar em casa. Foi aí que me perguntaram. “Então porque caiu?”. Caiu porque faltou muita coisa e o grupo falhou redondamente.

S – O Moreno disse, no ano transacto, que quem passa por este clube jamais o esquece. É isso que sentes?

N – Isso é a maior verdade que existe. Em toda a minha vida, por todos os clubes onde passei, nunca coloquei o dinheiro em primeiro lugar. Talvez por isso eu seja, hoje, um jogador bem sucedido profissional e financeiramente. Eu amo a minha profissão, tenho muito prazer em jogar futebol. Não há um único dia em que eu não goste de jogar ou treinar, seja onde ou contra quem for. Então, se posso fazer isso aqui no Vitória não tem como esquecer o Vitória. Não conseguirei, quando ouvir falar do Vitória, ficar indiferente. Jogar aqui mexe comigo e dou graças a Deus por ter feito com que a minha entrada na Europa fosse pelo Vitória. É um clube que me marcou muito e vou viver essa paixão eternamente. É realmente diferente jogar numa equipa desta dimensão. Costumo dizer que gosto da cobrança dos adeptos e acho que no Brasil ainda cobram mais do que aqui. Mas lá não existe este apoio maravilhoso, que nos dá muita força para correr atrás dos objectivos.

S – Há alguma explicação para teres tido um mau começo com a camisola do Vitória?

N – Principalmente porque não estava habituado ao treino e ao estilo de jogo que se pratica em
Portugal. Mas para além das coisas não me estarem a correr bem, também não corriam bem à equipa. Estava a sentir-me mal porque fui contratado com grandes expectativas e não estava a responder dentro daquilo que as pessoas esperavam de mim. Calei-me e nunca respondi a algumas bocas que me mandaram por causa desse momento mau. Eu estava mal e tinha que aceitar isso. Penso sempre que quem ganha a vida com a boca são os cantores. Jogador só é bem sucedido se trabalhar. A resposta que eu tinha que dar tinha de ser dada dentro do campo. Era isso que os adeptos queriam.

S – Foste um dos escolhidos para capitão do Vitória este ano. Esta escolha representa muito para ti?

N – Representa muito e é um grande orgulho. Mostra um certo peso e importância que tenho dentro grupo. Há mais responsabilidade porque quando nos escolhem como um dos capitães, temos de passar a ser o exemplo nas atitudes e comportamento do dia a dia. No entanto, isso para mim não vai ser difícil. Como vivo muito a minha profissão, procuro disciplinar-me ao máximo, cumpro na íntegra as normas do clube. Esta escolha servirá mais para eu transmitir a minha experiência aos mais novos e aos que chegaram este ano ao Vitória. Temos que passar a todos que só teremos sucesso com unidade, respeito e determinação.

S – Flávio é o capitão certo?

N – Sem dúvida. Para além de já ter muitos anos de Vitória, o Flávio é uma pessoa muito carismática. É um homem de balneário e acho que a braçadeira foi muito bem entregue. É um jogador com muita garra e que demonstra bem a todos aquilo que representa o Vitória.

S – Sendo o Nilson um jogador habituado a grandes palcos, não vês como desprestigio jogar na II Liga?

N – Jogar no Vitória nunca vai ser um desprestígio, independentemente da divisão em que esteja inserido. Tinha um compromisso com o clube e achei que não deveria sair de Guimarães, até pela forma como eu fui recebido e tratado aqui na cidade. O mínimo que eu podia fazer era ficar aqui e lutar, juntamente com os meus companheiros, para devolver o Vitória à primeira divisão. Sempre cumpri os meus contratos e não era por termos descido de divisão que eu ia abandonar o barco. Se eu estive no barco que desceu, também quero estar no barco que vai subir. Devo isso aos adeptos do Vitória. Nunca pensei em sair daqui apesar das propostas que tive no Brasil e mesmo em Portugal. O meu coração está no Vitória.

S – O Vitória reforçou-se para esta temporada com mais dois guarda-redes. Como vês a concorrência para a baliza?

N – A concorrência é sempre boa e deve sempre existir. Dessa forma, ninguém pode pensar que tem o lugar assegurado na equipa. Cada vez mais, uma equipa de futebol não é composta apenas por onze jogadores. Agora são 25 ou 26 a lutar por um lugar ao sol. Quem quiser jogar tem que fazer por merecer a confiança do treinador. Sempre pensei assim e acho que todos deviam pensar desta forma. É óptimo para o Vitória estar bem servido em todas posições. Jogando ou não, o meu comportamento estará sempre focado em ajudar o Vitória a concretizar os seus objectivos. É para isso que aqui estou.

PERGUNTAS DA BANCADA

ADEPTO – Em tão pouco tempo, o que é que te cativou no Vitória?

N – Sem duvida que foi essa paixão, esse amor que as pessoas sentem pelo Vitória. Por existir tanto amor e paixão, eu sinto o Vitória como se fosse uma família. Eu já conheço as pessoas de Guimarães, sei quem elas são porque elas não saem do Complexo e vão sempre ao estádio. Para mim, isso é como se fosse uma família. Existe um ambiente familiar. A coisa mais interessante na vida é nós fazermos as coisas com amor e com paixão. Os adeptos entregam-se de tal maneira que não tem como nós não sejamos influenciados por isso. Quem vem jogar no Vitória de coração aberto, vai sentir exactamente o mesmo que eu.

ADEPTO – Quais as diferenças entre o campeonato português e o brasileirao?

N – Existem algumas diferenças. O futebol brasileiro é um pouco mais técnico mas também mais lento e mais cadenciado. O Futebol português tem mais força e é muito rápido. Isso nota-se pela relva, que é cortada bem baixinha e está sempre molhada. Tirando isso, penso que o futebol é igual em todo o lado do mundo.

ADEPTO – Gostavas de terminar a carreira no Vitória?

N – Já pensei nessa situação. O futuro a Deus pertence mas veria com bons olhos encerrar a minha vida de jogador aqui no Vitória. Espero fazê-lo com muito mais sucesso e alegrias. Mas, que fique bem claro, ainda é cedo para parar. Tenho 30 anos e espero jogar muito mais tempo. Para já quero só voltar à I Liga e depois fazer óptimas campanhas. Acho que essa massa associativa merece festejar um título nacional. Esta gente merece acordar um dia e dizer “eu sou campeão português”. Acho que títulos têm tudo a ver com este clube e com a sua massa associativa.

ADEPTO – Tinhas noção da grandeza do Vitória quando vieste para cá?

N – Tenho uma história engraçada para contar. Em 1997 veio para cá o Preto e o Evandro que jogavam no Vitória da Bahia comigo. Na altura, o Evandro só me dizia que eu tinha que vir jogar para cá, que o povo era louco pelo Vitória, que tinham centenas de pessoas a ver o treino. O entusiasmo dele era tal que conseguiu colocar esse desejo dentro de mim. Fiquei a pensar que um dia ainda iria jogar no Vitória. Passados alguns anos, ligou-me o empresário António Teixeira a dizer-me que o prof. Manuel Machado me queria aqui. Lembrei-me logo das palavras do Evandro. Pensei que era muita coincidência mas gostei muito da ideia de vir para cá jogar nove anos depois do Evandro me ter falado do Vitória. Não se concretizou logo nessa altura mas vim no ano seguinte.

in vitoriasc.pt